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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Declaração de Thiago Silva reabre discussão sobre maconha no esporte


No mesmo ano em que a Associação dos Surfistas Profissionais faz história ao adotar o controle antidoping em suas competições, um dos atletas mais bem pagos do UFC foi flagrado no exame pelo uso de maconha. Se as comissões atléticas que regem o MMA adotassem as mesmas regras da ASP, Nick Diaz não sofreria punições pesadas, uma vez que o surfe terá tratamento “brando” com os usuários de maconha. No caso do lutador, o gancho será de até um ano. É justo?
Maconha deveria ser doping? Após casos de doping de Nick Diaz, Matt Riddle e dobrasileiro Thiago Silva, que declarou gostar de usar a droga para relaxar, o assunto voltou à tona, e a TATAME revira seu baú e traz uma matéria publicada na Revista TATAME #194, na qual grandes personalidades do esporte debateram o tema.
Especialista no assunto e diretor da clínica de reabilitação Pater Aldeia, o médico Renato Mussi defende a proibição da maconha no âmbito esportivo.“Como qualquer droga psicoativa, ela tem efeitos psicológicos e físicos. Sob o uso de maconha, pode levar a um risco cardiovascular ou psicológico, e a uma alteração no comportamento”, explica.
“A pessoa que luta tem que ter um tempo de reação menor. Hoje você tem substâncias que são doping porque diminuem o tempo de reação, ou seja, deixa a pessoa mais arisca. No caso da maconha esse tempo aumenta, torna a pessoa mais limitada”, completa.
Pego por doping, Thiago gosta de fumar maconha (Foto UFC)
Com o argumento de que a maconha é uma “droga social” e que não traria benefícios reais aos competidores, ao contrário dos anabolizantes, muitos lutadores e especialistas pedem o fim da punição para o entorpecente.
Em enquete no site TATAME, a maioria dos fãs apoiou esta ideia. “Eu acho que tinha que mudar essa regra do antidoping. A maconha não influencia nada, de repente dá até uma prejudicada. A pessoa fica mole’, argumenta Fabrício Werdum, peso pesado do UFC.
“Eu acho que não deveria ser considerado doping, porque não ajuda em nada o atleta. Nem no treino, nem na luta. É mais fácil atrapalhar que ajudar, mas acho que o atleta não deveria ser punido por isso”, apoia Jair Lourenço, treinador de MMA e líder da Kimura Nova União. “Por mim deveria ser liberado. É opção do atleta usar, mas prefiro que meus atletas não usem”.
Para Renato Mussi, este argumento não é o bastante. “É considerado doping tudo que não é natural e é ingerido pelo indivíduo para fazer uma determinada ação que acaba causando outros efeitos. Inclusive, em determinados esportes a maconha pode diminuir o tempo de explosão. Tem várias drogas que fazem isso”, rebate o médico.
Treinador de Nick Diaz, o brasileiro César Gracie é contra a proibição da droga, e tentará diminuir a pena do seu pupilo. Em sua defesa, dirá que a droga foi receitada por um médico licenciado.
“Acho que devem tirar da lista, não é uma droga que ajuda na performance. Ele (Nick) tem o direito de usar, o médico prescreveu, assim como para muitos outros americanos. Ele não pode usar o que o médico prescreveu, é um conflito”, critica.
Ex-treinador de MMA e atual braço-direito de Wallid Ismail na organização do Jungle Fight, Bebeo Duarte não aceita o argumento apresentado por Diaz e sua equipe. “Tudo que é droga tem que ser doping, indiferente se é branda, se faz menos ou mais mal. Não tem que aliviar ninguém”, opina o faixa-preta. “O cara é dependente, tem carteirinha, alega que usa aquilo porque é medicinal e o médico assina que ele tem que usar. E? Se eu tenho um evento e falo que não pode, não pode. É bom pra sua saúde fora do cage… Ou você para de usar, ou para de lutar”.
Usuário assumido da droga e defensor de sua legalização, Joe Rogan, comentarista do UFC, rebate o argumento de que a maconha não influencia no rendimento.
“Não concordo com quem fala que maconha não ajuda. Se fosse assim, não teria tanto lutador de Jiu-Jitsu de alto nível utilizando antes de treinar. Tanto brasileiros como americanos. Se não melhorasse, por que usaria?”, polemiza. “Sei que muitos acham ridículo o doping por maconha, mas não podemos negar que é uma droga proibida”.

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