A melhor definição para o potiguar dentro do UFC é “operário”. Ele é um grandetrabalhador do MMA. A prova disso é a marca que ele vai chegar neste sábado, contra o norte-americano Jamie Varner, no UFC 164. Ele será o primeiro brasileiro a alcançar a marca de 20 lutas no Ultimate e o mais jovem lutador a conseguir esse número.
“Acho que eles gostam muito de mim porque eu nunca titubeei em nada pelo evento, sempre estou à disposição”, explicou o atleta ao blog antes de entrar para o hall de lutadores “vintões” que conta com nomes com as lendas B.J. Penn, Chuck Liddell, Tito Ortiz, Randy Couture e Matt Hughes. O que falta para ele e que esses já tiveram? Um cinturão.
Com apenas 30 anos, apesar das 36 lutas profissionais, Gleison garante que mantém o sonho de disputar o cinturão dos leves. Para isso, quer se manter dando show e agradando os patrões. Se ele já está há tantos anos no UFC, se vai conseguir uma marca que tão difícil, um title shot é apenas questão de tempo. “Eu sei que minha hora ainda vai chegar.”
O UFC é famoso por cobrar muito desempenho de seus atletas, resultado ou lutas boas. É difícil, até mesmo para ex-campeões, se manter no plantel por tanto tempo. Para você, qual é o segredo ou seu maior mérito para estar tanto tempo no Ultimate. Eu acho que eles gostam muito de mim porque eu nunca titubeei em nada pelo evento, sempre estou à disposição. Já lutei quando tive tempo só de cortar peso, já peguei luta faltando duas semanas, já lutei machucado, isso tudo pelo show. Não faço lutas chatas, tento ser empolgante quando entro no octógono, não fujo de luta. Sou brasileiro, sou duro por natureza (risos). Acho que é por isso que eles gostam de mim.
Não tem como ficar impressionado com sua perda de peso antes das lutas. Tem algum segredo? Algo que você faça diferente da maioria dos lutadores? Em algum momento pensou em subir novamente para os meio-médios? Minha estreia pelo UFC foi até 77kg, mas depois me encontrei nos leves. O que faço é um trabalho muito profissional e desenvolvido para mim na ATT, junto com meus professores. Agora, estou mais leve e não estou sentindo mais o corte de peso. Assim, bato melhor o peso e na luta estou melhor.Por que você acha que não teve ainda a chance de disputar o cinturão dos leves? Acha que pode acontecer em breve? Eu sei que minha hora ainda vai chegar. Estou bem comigo mesmo, treinando muito, me dedicando cada dia mais em busca desse sonho do cinturão.
Qual foi a luta mais complicada no UFC? Qual foi a luta que mais te marcou? Por que? Carrego duas lutas bem vivas na memoria… Uma foi contra o Kurt Pellegrino, já que ele vinha de vitórias sobre três brasileiros no UFC, estava lutando em casa e no final consegui vencer calando a torcida de New Jersey, e a outra foi contra o Massaranduba, minha primeira luta pelo UFC no Brasil. Foi pedreira, mas no final venci por pontos também.
Já pensou em desistir da carreira de lutador depois de algum problema sério? Como foi sua adaptação aos EUA? Eu nasci em Tibau, passei um tempo treinando na Nova União, no Rio de Janeiro, e depois vim para os Estados Unidos, em 2006. Nunca pensei em desistir de nada, sou brasileiro e não desisto nunca. Me adaptei bem por aqui, alguns probleminhas ou outros, mas deu tudo certo (risos).
Muitos lutadores reclamam de lutar no Brasil por conta dos impostos. Você já teve as duas experiências. Qual vale mais a pena? A torcida compensa o dinheiro a menos? A torcida brasileira, estar próximo dos fãs, compensa qualquer grana do mundo. É muito bom desembarcar no seu país e saber que muitas crianças, jovens se espelham em você, na sua história. Isso não há dinheiro no mundo que pague. Com imposto, sem importo, o que quero é sempre ver a alegria dos meus fãs.
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