Alexandre Pato encerrou um jejum de dez jogos ao marcar dois na vitória sobre o Bahia, fora de casa. Uma semana depois, uma nova atuação ruim volta a colocar o atacante em xeque. Com a provável volta dos lesionados Danilo, Renato Augusto, Douglas e Emerson o camisa 7 pode voltar ao banco de reservas na final da Recopa contra o São Paulo, na próxima quarta.
Os quatro, mesmo em fases diferentes de recuperação, devem estar à disposição de Tite no Pacaembu, segundo o médico Guilherme Runco. Se isso se confirmar, o treinador terá quatro opções novas para compor seu ataque, justamente o setor mais criticado da equipe.
Danilo, titular absoluto do time, deve voltar naturalmente na vaga que foi de Ibson na derrota para o Atlético-MG. Douglas, reserva durante quase toda a temporada, teoricamente permaneceria na mesma condição, até porque sua recuperação é a mais delicada dos quatro. Renato Augusto e Emerson, portanto, seriam as grandes ameaças a Pato.
“A partir de agora é que começo a pensar”, disse Tite, sucinto, ao ser questionado sobre o que fará com tantas opções. O jogo do Atlético-MG é um grande motivo para que exista dúvida sobre Alexandre Pato.
O camisa 7 foi um dos piores em campo e chegou a ser vaiado pela torcida ao ser substituído no segundo tempo. Pato errou 38,4% dos passes que tentou no jogo. Ele não só foi o pior do time de longe (Edenílson foi o segundo com 24,4%) como também ficou abaixo da média do pior no quesito em todo o Campeonato Brasileiro.
Segundo o Datafolha, o pior percentual de acerto de passes em todo o torneio é de Jonas, do Atlético-PR, que erra 33,3% de suas tentativas. Pato ainda desperdiçou nove das 25 bolas que recebeu e não foi nenhuma vez à linha de fundo, enquanto Romarinho o fez sete vezes do lado oposto.
“Não só o Pato, mas todos nós somos cobrados pelo máximo desempenho que já conseguiu. O Pato também, pelo que ele criou. A engrenagem se ajustando, ele aos poucos também vai fluindo. O Pato fez um grande jogo contra o Bahia”, defendeu Tite.
Só que o padrão da rodada anterior também não é aquele que Pato tem apresentado na temporada. Desde que chegou ao Corinthians, o atacante teve uma boa fase inicial e depois nunca conseguiu se firmar completamente.
Seu crescimento inicial começou com o oportunismo dos primeiros jogos e atingiu o ápice no jogo contra o Millonarios, no Pacaembu, quando ele assumiu a condição de titular. A boa fase foi interrompida na partida contra o Tijuana, após uma lesão na coxa direita que o tirou de alguns jogos.
Pato perdeu a posição para Emerson e foi opção de banco na fase mais aguda do primeiro semestre corintiano, a eliminatória com o Boca e a decisão do Paulista. Quando acionado, ainda ficou marcado pelos gols desperdiçados, alguns deles muitos claros, que irritaram a torcida.
A “má sorte”, como ele definiu, se estendeu à vida pessoal, com o término do namoro com Barbara Berlusconi. A fase só deu trégua contra o Bahia, depois de dez jogos de jejum. Agora, ele precisa convencer Tite para poder encarar de novo o São Paulo, rival que mais lhe rendeu bons momentos na temporada.
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