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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ex-empresário teme pela vida de Adriano e diz que cobrou cuidado psicológico do Corinthians

Adriano exibe coroa de Imperador e bola durante a sua apresentação no Corinthians
“E agora sou eu quem pergunta: onde está o Ronaldo? Onde está o outro amigão do Adriano? Os dois fizeram o contrato com o Corinthians sem mim e estão fazendo o que nesse momento ruim da carreira dele?”
Quem pergunta é Gilmar Luiz Rinaldi, ex-goleiro de São Paulo, Flamengo, seleção brasileira e ex-agente de Adriano. Ele fala de maneira fluente, como sempre foi, e não demonstra raiva ou mágoa. É preocupação mesmo.
“O Adriano é como um filho para mim. Ainda é. Não me interessa quem cuida dos negócios dele. Você pergunta se eu fiquei triste com a reprovação dele no Inter, depois dos exames médicos. Isso não me preocupa, a vida dele como jogador. O que me preocupa é a vida dele. Ponto. Foi isso que falei com o Ronaldo”.
Fernando Pilatos/UOL
Gilmar explica como foi a negociação com o Corinthians. Há emoção na voz e resignação nas palavras. “Um amigão dele e mais o Ronaldo quiseram fazer o negócio sem mim. Fizeram. Eu falei para o Ronaldo que ele estava jogando o Adriano, que tem problemas psicológicos, dentro da segunda maior torcida do Brasil. Falei que, se ele não cuidasse do Adriano, eu ia cobrar depois. Ia pra cima dele. E ele cuidou?”
O empresário dá a entrevista na sala de seu escritório. Amplo, bem arejado e decorado com troféus e medalhas de sua carreira. Com 54 anos, se prepara para a aposentadoria. Tem cinco clientes – Danilo e Fábio Santos, no Corinthians, Marco Antonio, no Grêmio, André Dias, na Lazio, e Fábio Simplício, no Japão – e não quer mais. Está completando um ciclo. Foi jogador, membro de comissão técnica e dirigente de futebol. “Tenho orgulho de dizer que sempre ganhei dinheiro com futebol. De maneira limpa. Meus filhos podem se orgulhar disso.”
  • Reprodução/Facebook
    É normal que o jogador mantenha suas raízes. A gente sai da favela, mas favela não sai da gente. O que tem, no Adriano, é uma necessidade de mostrar que não abandonou as raízes. Mas ele exagera
No caso de Adriano, para que tivesse algum respaldo, Gilmar teve de jogar duro. “Nessa cadeira onde você está sentado, sentou o Andrés Sanchez. Eu disse que só liberaria a negociação se ele colocasse no contrato que o Adriano teria acompanhamento psiquiátrico constante. Preto no branco. Nada de dizer que depois iria conseguir um profissional. Tinha de estar no contrato. Ele colocou e não adiantou. Um dia a gente se encontrou e ele disse que eu estava certo”.
Adriano, Gilmar explica, tem depressão profunda. E não consegue viver com ela. Bebida é uma consequência. O agente faz de tudo para desmistificar algumas verdades que se tornaram absolutas. “Não tem essa história de má companhia. Isso é coisa de pai que coloca a culpa nos outros. A história da morte do pai dele também já deu. Morreu há dois anos. Não é causa de nada. Falam também que a culpa é do morro do Cruzeiro, onde ele vai encontrar os amigos. Não acho. Eu subi lá, conheci o pessoal. É normal que o jogador mantenha suas raízes. A gente sai da favela, mas favela não sai da gente. O que tem no caso do Adriano é uma necessidade de mostrar que não abandonou as raízes. Mas ele exagera. O Zeca Pagodinho, por exemplo, adora Xerém, adora o canto dele, vai sempre lá, mas tem casa na Barra, não é?”
A inadequação no modo de conviver com a depressão poderia levar Adriano ao suicídio? Gilmar pensa por alguns segundos. E mostra que não sabe. Não sabe, não faz ideia do que pode vir a acontecer. “Essa pergunta precisa ser respondida por um especialista. Um psiquiatra. O que eu sei é que ele precisa ter acompanhamento médico sempre. Eu continuo tendo o Adriano como um filho, sempre que precisar de mim eu vou ajudar. Já disse para a mãe dele. Estou torcendo, repito, para a vida dele melhorar. Nem penso em futebol, isso é secundário”.
Mas não caberia ao empresário orientar os jogadores, cuidar de sua vida financeira? “Eu nunca quis cuidar de aplicações financeiras de jogadores. Acho que seria misturar as coisas. Dava uma orientação ou outra, mas chega um dia em que o cara quer fazer tudo sozinho e não adianta enfrentar. É como filho”.
O grau de interferência máximo foi avisar a um jogador que não deveria se casar. Não deu certo. “Chamei na minha sala e trouxe junto um cara que dormia com a namorada dele. O cara confirmou. A menina era puta mesmo. E o cara quis casar. Não adianta ir além disso”.

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